Uma objeção comum que eu ouço sobre software livre vai mais ou menos na linha “Porque eu devo me importar com acesso ao código fonte? A última coisa que eu quero é responsabilidade por mais código!” Vendo a palavra “fonte” ou “software”, é fácil tirar a conclusão de que esse é o principal objetivo do software livre, e então assumir que esse é um domínio de revolucionários de sandálias fixados em programação.
Mas o foco na liberdade de software não é apenas para os revolucionários. Todos os benefícios que fazem os CIOs escolherem software livre são derivados diretos da liberdade de software. Precisamos imaginar a liberdade de software como uma “marca genética”, uma indicação de futuros benefícios para a sua empresa.
A definição de “free software” realmente se parece com um manifesto revolucionario, até porque, é um manifesto revolucionário. As pessoas por trás dessa definição com frequência evitam o pragmatismo do termo “open source” e focam exclusivamente na liberdade. Mas é válido olhar atrás da filosofia. Podemos parafrasar a definição de “free software” como a liberdade de usar, estudar, modificar e distribuir software sem interferências. Essas quatro liberdades trazem benefício diretos às empresas:
- Liberdade de usar o software para qualquer razão, sem ter que primeiro solicitar uma permissão especial (por exemplo, pagar uma licença). Isso é o que empulsiona a tendência do “adoption-led deployment1“, onde protótipos interativos permitem soluções rápidas.
- Disponibilidade de pessoas e fornecedores com conhecimento porque não existe barreira para estudar o código e experimentar com ele. O mercado de ferramentas e consultores em software livre está ficando cada vez mais rico e vibrante dia a dia, por conta dessa liberdade.
- Garantia de que fornecedores não podem tirar o software de você, porque qualquer um tem a liberdade de modificar e re-usar o código fonte. Se um fornecedor decidir suspender o suporte para um software livre, outra empresa pode continuar de onde eles pararam – algo que eu pretendo provar.
- Liberdade de distribuir o software para qualquer um que precise dele, até mesmo incluindo melhorias suas – isso inclui seus funcionários, fornecedores, clientes e (no caso de governos) cidadãos.
Quando usuários de software estão decidindo com que fornecedores eles devem trabalhar, eles precisam saber se as suas liberdades de software estão sendo respeitadas e cultivadas, não a partir de um sentido de pureza filosófica, mas porque seus orçamentos e seu sucesso depende disso. Todos os valores que fazem o CIO escolher software livre são derivados diretos da liberdade.
Possuirmos indicações claras e relevantes que governos e grandes empresas possam usar na sua compra de software que favoreçam software livre – o software que diminui custos, evita aprisionamento e permite usos futuros não previstos tanto de dados como do software – não é uma questao de anjos em cabeças de alfinetes ou de bairrismo sem sentido. É exatemente o que as empresas que eu tenho visitado estão pedindo. Procure sempre pela marca genética de valores para o seu negócio: software livre.
- N. do T.: “adoption-led deployment” é a prática de se prototipar e implantar inicialmente o software antes que seja necessário um processo de compra do software ou de suporte.
[Traduzido por Bruno Souza]
Esse artigo está licenciado sob Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Unported.
Apesar de não haver obrigação, o autor agradeçe se for notificado de qualquer obra derivada, especialmente traduções que desde já estão convidadas a serem postadas nesse site. Se você gostaria de usar esse conteúdo comercialmente, por favor solicite permissão, que normalmente será concedida; estamos restringindo por conta de abusos no passado.
Leave a comment